Existem muitas maneiras para maximizar o valor de um carro na hora de o vender. Desde a marca do carro, até às edições especiais, combinações de extras, a própria cor do carro, e claro, o ano, os km e o estado do mesmo. Isto são tudo factores que entram em jogo quando alguém procura um carro usado, mas uma coisa fundamentalmente básica, simples e talvez a mais importante do que tudo o resto é o histórico do carro.
É só um dossier, mas um dossier carregado com toda a informação do carro, todas as facturas e todo o historial pode valer milhares de euros. |
Desde que adquiri o meu primeiro carro, que tenho mantido em todos os automóveis que vivem em minha casa, um dossier com o registo de todas as intervenções que têm sido feitas ao carro em termos de mecânica e de revisões. Sempre que é preciso pneus, mudanças de óleo, baterias, etc, entra no tal dossierzinho a factura com o registo do que foi feito, quando foi feito e quanto custou. Assim quando vender o carro e me perguntarem pelo livro de revisões ou histórico, está tudo dentro do Dossier.
Infelizmente esta boa prática que pode valer mais dinheiro é descurada por praticamente todas as pessoas do planeta, o que leva ao seguinte dono ter de dar os chamados "saltos de fé". Sim, isto é crónico, cada leitor deste artigo pode na boa escrever nos comentários se tem este dossier ou não, a minha previsão é que 90% não mantém o histórico do carro bem documentando.
E isto é tanto para o Fiat Punto 1.2 com 22 anos que só serve para dar umas voltas e levar a pessoa ao trabalho, como também acontece com demasiada frequência em carros desportivos com grande potencial para valorizar. É muito frequente encontrar peças como Mazda's RX8, Porsches Boxster, MX5's, Minis JCW, Abarths... um sem número de carros desportivos sem qualquer histórico de manutenções.
Comprar qualquer carro sem histórico é um erro. O carro pode estar muito bom de aspecto e até vos podem dizer que o anterior dono tratava melhor o carro do que a sua própria mulher, mas senão tiverem provas físicas de que o carro tem tudo em dia, então bem podem esquecer. Não saber o que fizeram ao carro pode no médio/longo prazo ser catastrófico para a vossa carteira, componentes do carro podem ceder porque deveriam ter sido trocados e não foram ou então, um carro que está aparentemente novo, pode no curto prazo precisar daquela grande revisão que custa muito dinheiro.
E se por acaso foram a um "profissional do ramo automóvel" que vos está a vender o carro e este falhar com a apresentação das revisões e do que foi feito ao carro podem ter a certeza que mais de 90% dos stands não vos vai ajudar a saber o histórico do carro. Já tive muitas experiências em que desisti de negócios porque o stand falhou nesta simples parte, também já tive de eu próprio tentar perceber qual era o histórico do carro (se o negócio fosse bom), mas digo-vos já que o tempo que vão gastar à procura da informação de um automóvel, normalmente não compensa e normalmente resulta em desilusão.
Podem pensar que o stand antes de aceitar um carro de retoma vai perguntar sobre estas questões, mas não... Normalmente aceitam os carros sem perguntas, muitos até ficam admirados quando se entrega o manual de instruções do carro e a 2ª chave, quanto mais um dossier com o histórico do carro.
Por isso se querem dar uma dose de confiança extra ao comprador do vosso carro, mantenham desde o primeiro dia um registo de todas as manutenções e dos custos das mesmas, acreditem que num carro normal vai fazer diferença e num carro desportivo, vai fazer mesmo muita diferença e assim podem maximizar o preço do carro que estão a vender.
Comentários