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Teste - Audi A1 (8X) 1.0 TFSI ULTRA 95cv

Barras de tejadilho e bicicleta não incluídos :p

Sei que já vou tarde para fazer uma review da 1ª geração do Audi A1, ainda assim, penso que posso deixar algumas palavras sobre este carro que me surpreendeu bastante pela positiva e também porque neste momento pode ser um negócio muito vantajoso comprar um Audi A1 da primeira geração em segunda mão, agora que a segunda geração já rebentou. Mas será que vale a pena poupar uns euros para comprar um carro que já saiu em 2010? 

Ainda me lembro bem do ano de 2010. Foi o ano em que viajei até Le Mans para assistir ao vivo a prova de 24 horas e foi o ano em que a Audi dominou por completo a corrida acabando em 1º, 2º e 3º lugar na geral com o Audi R15. 
No Paddock da Audi estava em grande o Audi A1 e na altura em que saiu prometia ser o carro do Grupo VW que ia fazer frente ao Mini da BMW. Daí que as suas dimensões pequenas, ar desportivo e coisas como a bateria estar instalada na traseira para melhor distribuição de peso faziam com que esta fosse uma proposta muito interessante. Eu na verdade fiquei fã.

Fazendo um "Fast Forward" para os dias de hoje, o Audi A1 da primeira geração continua a ser um carro bastante interessante de conduzir, principalmente se estivermos a falar desta motorização 1.0 3 cilindros turbo a gasolina com 95 cv que apareceu com o último facelift da 1ª geração do Audi A1. O segredo para este carro ser tão especial é a designação ULTRA que curiosamente foi usada extensivamente nos protótipos LMP1 de Le Mans. ULTRA é como o Bluemotion da VW, ou o Ecomotive da Seat, ou seja é a forma da Audi dizer que se trata de um carro deveras eficiente no uso do combustível. E no caso deste carro surpreende por ser possível com relativa facilidade fazer consumos reais de 5 Litros aos 100 Km. (4,2 L/100 anunciados pela marca no ciclo misto)
E como é que a Audi atingiu este feito? A principal razão deve-se ao peso do conjunto ser bastante baixo, cerca de 1000kg. Juntando a isso um motor a gasolina de 3 cilindros com um poder de resposta em baixas muito bom (O binário máximo aparece logo às 1500 R.P.M e continua até às 3500 R.P.M.) e se o pé do condutor também for meigo, estamos a falar de um carro que consegue fazer consumos surpreendentes e ainda assim ter genica suficiente para parecer um carro muito mais potente do que é na realidade (0-100km/h na casa dos 10 Segundos).
Curiosamente a bateria no caso deste motor não se encontra na bagageira, pois o motor de 3 cilindros é muito mais leve e muito mais pequeno que os outros motores de 4 cilindros.

Mas apesar de toda esta eficiência e baixo peso, estamos a falar de um carro da marca Audi e por isso mesmo os materiais e a qualidade de construção e de acabamentos são bastante satisfatórios. Poderia pensar-se que para atingir este baixo peso e de forma a merecer o crachá ULTRA que foram feitas algumas concessões a nível de equipamento ou de qualidade de construção, mas um exemplo claro de como isso não acontece é o facto de a Audi ter optado por colocar travões de disco nas 4 rodas. Um verdadeiro absurdo, tendo em conta o peso, mas por outro lado o condutor ganha com um carro que é capaz de lhe tirar os olhos das órbitas quando trava de emergência. O capot esse abre-se sem ser necessário de aguentá-lo com o habitual varão de ferro que se encontra em carros mais normais. Os bancos também são aquecidos o que é muito agradável no inverno. Também posso falar do depósito de combustível que curiosamente neste carro tem 45 Litros em vez dos habituais 40 ou 35 Litros em carros deste segmento, isto aliado aos consumos comedidos, significa que podemos ter autonomias de 950km com um depósito de combustível, o que é bastante conveniente. Esses e muitos outros pormenores fazem com que apesar do baixo peso do conjunto este Audi A1 continua com um nível de qualidade e conveniência que fazem jus à marca Audi.

O novo Audi A1 que como podem ver
é bastante maior e mais pesado
.

Mas claro que nem tudo é bom neste carro. O espaço é escasso para quem vai nos bancos de trás e a bagageira também não é das maiores no segmento. Também tenho a apontar o sistema de Infoentretenimento completamente datado e nem sequer tem suporte Apple CarPlay ou Android Auto (o carro em teste é de 2017, ano em que estas tecnologias já estavam bem disseminadas nos carros do Grupo VW). Nestes dois aspectos o sucessor da primeira geração do Audi A1 é mais competente, embora todo o espaço extra e tecnologia tenha feito o carro engordar 200kg do que este modelo em teste e 200kg nota-se muito bem na dinâmica de condução do carro. 

Conduzir este Audi A1 8X é como conduzir um Kart, a sua leveza dá-lhe uma agilidade sem igual. Ir para uma estrada cheia de curvas e contra-curvas com este carro é divertido e vai deixar com certeza um sorriso na cara de quem está sentado no banco do condutor. A direcção é boa e directa embora se sinta um pouco desconectada em relação à estrada. Usar a caixa de 5 velocidades deste carro é bom, com passagens rápidas e com precisão, para ser mesmo perfeita só lhe falta um pouco mais de feedback quando engrenamos uma nova mudança (nisso a caixa de velocidades do Mazda 2 tem um feeling fenomenal). A suspensão é um pouco a dar para o rijo, mas o facto de ter jantes de 15 compensa, o que lhe dá uma condução mais desportiva, sem grandes adornos em curvas feitas com mais velocidade, mas ao mesmo tempo com conforto. É certo que o carro não é mais envolvente na condução do que um Mini, mas ainda assim é um carro extremamente divertido de conduzir devido ao seu baixo peso. 


Se estiverem à procura de um carro a gasolina com uma boa qualidade de construção e divertido de conduzir, este carro pode bem ser uma boa opção para vocês. Se por outro lado for absolutamente necessário para vocês terem o último grito no que toca às tecnologias de infoentretenimento, ou se precisam de mais espaço, talvez a vossa melhor opção seja a Segunda Geração do Audi A1 ou então o T-Cross da VW. 




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