Test-Drives. As marcas deviam considerar mudar a forma como se faz um Test-Drive, pois eu penso que a melhor maneira de fazer um é andar com o carro alguns dias, sozinho e sem o vendedor a chatear. Experimentar o carro nas estradas que eu conheço, fazer a minha rotina diária com o carro para ver se se adapta bem às minhas necessidades e poder conduzí-lo sem ferir susceptibilidades do vendedor. Test-Drives de 10 ou 15 minutos que as marcas tanto lutam e publicitam para as pessoas fazerem, não é o suficiente para conhecerem o carro e durante esses 10 minutos o vendedor pode estar a desviar a vossa atenção para coisas que não interessam para nada, o que pode fazer com que acabem com uma ideia errada do veículo.
Foi o que aconteceu com o Juke, a primeira vez que andei num Juke achei o carro bastante aborrecido de guiar. Era apenas um carro competente que servia para levar as pessoas ao seu destino na maneira mais aborrecida possível. Por um acaso, tive acesso a um Juke 1.5dci para usar nos próximos dias e devo dizer que a minha opinião sobre este veículos mudou 180º.
Mas antes de falar sobre o que me fez mudar de opinião em relação à minha 1ª experiência com o Juke acompanhado por um vendedor, vamos falar sobre o elefante na sala que é o look e design do carro. Confesso que no início não gostava do design, mas penso que há medida que o tempo foi passando e depois do facelift já acho o carro engraçado e diferente. No final, gostos não se discutem...
De resto existe muito que gostar sobre este carro. É um SUV compacto que conquistou as pessoas pela sua versatilidade, preço e estilo. Existe muitas opções para criar um Juke único, o facto do Juke ser um SUV, permite acesso a estradas e estacionamentos que carros normais não têm, e o preço é bastante competitivo.
A versão que testei já tinha coisas como jantes de 17', navegador gps, AC Automático, luzes automáticas, sensor de chuva, câmara de marcha-atrás e bluetooth. Para além disso vem com uma coisa muito engraçada que se chama Driving Modes, e é aqui que provavelmente a minha primeira experiência com o carro não foi bem sucedida com o mini test-drive feito com o vendedor. É que nunca me tinham falado de driving modes e quando fiz o test-drive, o carro devia estar no modo Eco, ou Normal, o que faz com que ao carregar no acelerador o motor tenha uma resposta mais relaxada, mas pondo o carro em modo Sport, faz com que o 1.5 dci ganhe vida. O modo Sport faz com que o Juke seja realmente uma máquina divertida de conduzir e ainda assim, não têm de se sentir culpados pois os consumos, apesar de aumentarem, não vão levar-vos à falência. Comparando com o Qashqai, o Juke pesa menos 100kg o que faz com que o 1.5 dci seja mais do que suficiente para o pequeno SUV da Nissan. O modo Sport também faz com que a direcção fique mais pesada e desbloqueia até um pequeno gráfico que mostra a potência a ser utilizada e as G-Force's em aceleração, curva e travagem. O carro sendo um SUV, deixou-me bastante impressionado, pois é uma suspensão a tender para o rígido e em curva não adorna quase nada, o que torna o carro bastante divertido numa sessão de condução mais apimentada. O conforto é bastante bom apesar da suspensão ser firme, pois os pneus 215/55R17 são adequados para absorver um pouco das irregularidades da estrada.
No entanto, não há bela sem senão e o problema do Juke para mim é que é um carro que tem muitas coisas que já estão um pouco datadas se formos comparar com outros produtos da Nissan como o Micra, Pulsar e o Qashqai. O tacómetro, por exemplo, apresenta ainda um computador de bordo que faz lembrar os relógios da Casio dos anos 80. Tanto o Qashqai, como o Pulsar e até o Micra já apresentam um ecrã LCD com todas as informações sobre o carro. Depois o ar condicionado só existe na forma de automático, não sendo possível ter opção de AC Bizona e finalmente o apoio de braço é um pouco patético e frágil para o meu gosto. Os plásticos do tablier são duros, só mesmo a pala do tacómetro é forrada num material parecido com couro. Por outro lado, existem alguns detalhes engraçados e up-scale no Juke, como por exemplo o facto dos bancos terem uma mistura de tecido e couro e o facto da consola central ser colorida, ou o apoio de braço ser também em couro. O tablier é bastante bonito com um acabamento em plástico Piano Black. Os driving modes para além de mudar o comportamento do veículo também mudam a função dos botões, o que é bastante útil e evita menus e botões desnecessários. O espaço não é o melhor, tanto nos passageiros que vão atrás como em termos de bagageira, mas não se esqueçam que estamos a falar de um carro compacto na linha do Micra.
Resumindo, o Nissan Juke é um carro que surpreende no modo Sport, sendo facilmente dos carros da Nissan mais divertidos de conduzir. Apesar disso, o 1.5 DCI consegue obter médias excelentes e se quiserem, podem colocar o carro em modo ECO para espremer mais uns km do tanque de combustível. Claro que este carro já começa a sentir o seu peso em termos de idade e já não deve faltar muito para sair a segunda-geração do Nissan Juke, mas ainda assim, continua a ser um carro a considerar mesmo nos dias de hoje.
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