No passado dia 7 de Setembro, estive no Kartódromo de Fátima para um Track Day de carros desportivos e clássicos, organizado pelo Automóvel Clube de Ourém. Foi também a primeira vez que entrei em pista, ainda que à pendura. O carro, esse, penso que não poderia ser mais exótico ou estranho: um Fiat Dino Coupé 2.4 V6 de 1968!
Por vezes, somos surpreendidos com carros que não conhecemos, mas que têm uma história magnífica. É o caso do carro que vos apresento hoje, o Fiat Dino 2.4 V6 de 1968.
O Fiat Dino é um carro desportivo com motor à frente e tracção traseira que foi construído entre 1966 e 1973. Como já devem ter adivinhado, o motor deste Fiat é o mesmo motor desenvolvido pelo filho de Enzo Ferrari, Alfredo Ferrari, também conhecido por Dino, e que equipou os famosos Ferrari Dino. O motor 2.4 litros V6 consegue desenvolver 180 cv de potência às 6600 r.p.m e 216 N.m de binário às 4600 r.p.m. Este Coupé pesa cerca de 1380 kg.
E porque razão é que um motor da Ferrari foi parar a um Fiat? Foi graças ao Fiat Dino que a Ferrari conseguiu produzir motores suficientes para a homologação dos V6 desenvolvidos por Alfredo Ferrari para a Fórmula 2. Assim, foram criados dois Fiat's um com motor 2.0 V6 de 160 cv e outro 2.4 V6 com 180 cv. O motor 2.4 era o mesmo que equipou Dino 206 GT e o Dino 246 GT e 246 GTS e apesar de se tratar do Fiat Dino, a versão 2.4 era construída na fábrica de Maranello, na mesma linha de montagem dos Ferrari e com os mesmos engenheiros e trabalhadores da Ferrari. No fundo, trata-se de um autêntico Ferrari.
O carro é lindo, ou não tivesse saído do estúdio da Bertone! Os interiores são bastante agradáveis e estranhamente confortáveis. Este carro pode ser levado para um agradável passeio, mas apesar de ser confortável não é nenhuma lesma e sentia-se bem o nervosismo do motor 2.4 V6 que estava sempre pronto para nos colar ao banco. O circuito do kartódromo de Fátima é muito técnico e cheio de curvas, mas apesar disso o carro portou-se bem e conseguia serpentear aquelas curvas sem problemas. Isto também se deve ao piloto que foi absolutamente excepcional.
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